Do dia para a noite, deixamos nossa maquiagem de lado! De repente fomos obrigadas a #ficar em casa#! No início, tudo bem…! Depois: “A máscara higiênica é de uso obrigatório, determinado por lei”! Seriam 14 dias – que lá se vão prá mais de 100 (e algum receio que possam chegar a 1000!)
E agora? Prá nós, mulheres, qual o lugar da vaidade e aonde irá nossa autoestima – sem maquiagem? Ah, meu batom! Ah, meu blush! Diante do espelho que nos reflete, refletimos: Sendo mulheres que nisso e disso nos garantimos, será que um vírus, mesmo mortal, vai nos tirar a Vaidade? Ou a Coragem de persistir, cara lavada por trás de máscaras, na luta por nossos direitos, tão antiga quanto a história dos vírus? Ou a Criatividade, essa palavra feminina?
Nada disso! Podemos, de hoje em diante, usando máscaras coloridas que, se escondem nossos rostos, não impedem nossas escolhas, nem nossas conquistas! Máscaras de bolinhas, de oncinhas, de listinhas, máscaras de todas as cores! Estivemos sob máscaras, há tanto tempo e sob formas tão diversas! E nenhum mascaramento impediu-nos de ser vistas! Nenhum amordaçamento impediu-nos de gritar! Pelo direito ao voto! Pela licença-maternidade! Pelo igual salário, para idêntica função, entre homens e mulheres! Estivemos sob máscaras, durante a História da Humanidade inteira!
Máscaras não nos intimidam – até porque jamais calaram nosso grito! Abaixo a maquiagem, por enquanto! Nós, Mulheres, usaremos máscaras, sim! Não porque a Justiça isso nos determine! Mas a Ética! Desde sempre aprendemos e ensinamos a cuidar!
Somos mães, somos filhas, somos esposas, somos avós – e, antes de tudo, somos cidadãs (e até Humanidade é palavra feminina!). Cuidaremos de nós mesmas, cuidando sempre dos outros como sempre temos cuidado, sem abrir mão, porém, de nossos direitos – entre os quais o direito de escolher o batom mais vermelho – para quando retornar o dia do Abraço, para quando voltar a noite do Beijo!
Marleide Cilene de Oliveira (Psicóloga)
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