
A equipe de transição do presidente eleito Joe Biden anunciou nesta segunda-feira (9) o grupo de especialistas em saúde pública que formará seu conselho consultivo sobre o novo coronavírus.
Entre os nomes está o do imunologista Rick Bright, um ex-membro do governo de Donald Trump que alega que seus primeiros alertas sobre a pandemia foram ignorados e levaram a sua demissão.
A inclusão de Bright, que disse ter sido recebido com ceticismo por funcionários do governo Trump quando levantou preocupações no início da pandemia sobre a escassez de suprimentos críticos, é um sinal claro da direção contrastante que Biden pretende tomar na forma como trata a pandemia.
Revelar os membros da força-tarefa da pandemia é o primeiro grande anúncio da transição, destacando a importância para o presidente eleito no combate ao vírus que já matou mais de 230.000 pessoas nos Estados Unidos.
O anúncio também vem no momento em que o país se aproxima de 10 milhões de casos, com mais de 9,9 milhões de casos relatados até a manhã desta segunda, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.
A força-tarefa será comandada pelo ex-cirurgião-geral Vivek Murthy, o ex-comissário da Food and Drug Administration (FDA) David Kessler e a Dra. Marcella Nunez-Smith da Universidade de Yale.
Entre os outros treze membros estão a Luciana Borio, pesquisadora sênior de saúde global do Conselho de Relações Exteriores e o Zeke Emanuel, um dos arquitetos do Affordable Care Act, conhecido como Obamacare, e ex-conselheiro de saúde de Barack Obama.
Tanto Biden quanto a vice-presidente eleita Kamala Harris receberão um briefing do conselho consultivo do coronavírus na tarde desta segunda-feira (9), segundo comunicado da equipe de transição. Biden então fará comentários sobre seus planos para combater o vírus e reconstruir a economia norte-americana.
A equipe de transição compartilhou o plano de Biden contra a Covid-19, que estava anteriormente em seu site de campanha, em seu site de transição revelado no domingo (8).
Biden prometeu repetidamente durante a campanha que ouviria os conselhos de cientistas e especialistas em saúde pública sobre a pandemia se fosse eleito presidente e criticou a forma como Trump tratou o combate ao vírus.
Em seus primeiros comentários como presidente eleito, ele disse acreditar que o mandato conferido pelo povo americano inclui o comando “das forças da ciência e das forças da esperança nas grandes batalhas de nosso tempo”. A primeira batalha citada por Biden foi para controlar o vírus.
É uma reminiscência do foco que Biden e o ex-presidente Barack Obama dedicaram à economia quando conquistaram a Casa Branca há 12 anos em meio a uma profunda crise econômica.
Essa é a mentalidade que Biden está adotando em relação ao coronavírus, dizem os assessores, na esperança de tentar evitar o agravamento da pandemia antes de tomar posse em 20 de janeiro.
O coronavírus afetou a eleição presidencial e proporcionou uma divisão total na disputa, com Biden prometendo levar a pandemia a sério, enquanto Trump diminuiu a importância do vírus e muitas vezes se queixou de que estava ocupando muito o foco da campanha – até depois que ele mesmo contraiu a doença.
CNN BRASIL
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